A neuropatia diabética é uma lesão dos nervos ocasionada pela diabetes. Os nervos são células extremamente longas que levam e trazem informações do cérebro para todas as regiões do corpo.
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Os nervos são formados por uma porção de neurônios agrupados. Sabemos que para uma informação chegar ou sair do cérebro em direção ao pé são necessários apenas 2 neurônios.
Os neurônios são células extremamente compridas e microscópicas. Desta maneira, quanto mais longe do cérebro a região inervada, mais longo terá que ser o neurônio. Este conhecimento é de extrema importância para entender o motivo que as neuropatias se iniciam nos pés e depois nas mãos.
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Neuropatia Diabética é grave?
Estudos mostram que a hiperglicemia gera alterações dentro dos neurônios, comprometendo a produção de algumas substâncias necessárias para que o nervo se mantenha vivo e transmita os estímulos de uma ponta a outra. Desta maneira, os nervos mais longos sofrem primeiro com essa falta de substâncias importantes, e param de funcionar de maneira lenta e progressiva. Então sim, a Neuropatia Diabética é grave aos que possuem quadro diabético.
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Além disso, sabe-se o estado altos níveis de açúcar no sangue geram lesões em vasos sanguíneos muito pequenos, chamados de capilares sanguíneos, responsáveis por nutrir os neurônios. Desta forma, essa redução no aporte nutricional do nervo colabora agravando a lesão do neurônio.
Vale lembrar que essa lesão dos capilares sanguíneos ocorrem no corpo inteiro, causando outra complicações muito conhecidas do diabetes, tais como retinopatia diabética (lesões nos olhos), nefropatia diabética (lesões renais), AVCs (lesões neurológicas), dentre outras.
Quais os principais fatores de risco para desenvolver neuropatia diabética?
Os dois principais fatores são o tempo de doença e o descontrole da glicemia. No entanto obesidade, hipertensão arterial, colesterol alto, fumar, ingestão de bebida, pacientes mais altos e idosos.
Quais os tipos de nervos que possuímos?
Para entendermos os sintomas, precisamos saber que em nosso corpo existem nervos com funções diferentes e vários tipos de receptores de sensibilidade.
Tipos de nervos
- Sensitivo:
No caso da diabetes tipo 1, o pâncreas não tem capacidade de produzir insulina. Assim, o tratamento envolve a reposição da insulina diariamente. É preciso medir constantemente a glicose através de dispositivos. A dose do hormônio e a frequência em que o paciente deve receber a insulina vão variar conforme o paciente.
- Motor:
Os nervos motores fazem o caminho inverso dos sensitivos, são os responsáveis por movimentar os nossos músculos, desta forma ligam o estímulo sai do cérebro e vai até o músculo. Ex. Quando pisa em um chão quente, seu cérebro é rapidamente informado pelos nervos sensitivos e envia uma rápida resposta para os músculos da perna contraírem e retirar o pé do local.
- Autonômico:
Esses o próprio nome já revela sua função. Assim tudo que nosso corpo realiza de maneira automática são realizados por esses nervos. Ex. Acelerar e desacelerar os batimentos cardíocos, transpiração, abrir e fechar vasos sanguíneos, dentre outras inúmeras funções.
Quais os sintomas da neuropatia diabética?
Por causa ainda indeterminada, sabemos que os nervos sensitivos são os primeiros a serem acometidos na neuropatia diabética, a seguir são os autonômicos e por últimos os motores. Embora podem pacientes podem ter mais queixas de um pé em relação ao outro, a neuropatia é predominantemente bilateral.
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Além disso, devido eles acometerem primeiramente os neurônios mais longos do corpo, a neuropatia inicia-se nos dedos dos pés e vai progredindo de maneira lenta para o pé, tornozelo e joelhos.
É comumente observado que quando os joelhos estão acometidos pela neuropatia, os sintomas já podem ser vistos também nas mãos. Motivo que este que a neuropatia diabética é conhecida com neuropatia em “meias e luvas”.
Dentre os sintomas comumente observados são:
- Formigamento ou dormência: o formigamento pode ser descrito como uma sensação de alfinetes e agulhas ou como se os pés estivessem adormecidos. A sensação de dormência pode tornar os pés menos sensíveis ao toque e à temperatura.;
- Dor: a dor pode variar de leve a intensa, pode ser constante ou intermitente, e alguns pacientes relatam uma sensação de queimação nos pés. Ela pode afetar o sono e a qualidade de vida geral;
- Fraqueza: Os danos aos nervos motores nos pés podem levar à fraqueza muscular e instabilidade ao caminhar. Alguns pacientes podem sentir dificuldade em caminhar. O primeiro achado normalmente da lesão dos nervos motores são as deformidades dos dedos em garra;
- Queimação: A neuropatia diabética também pode afetar a função dos nervos autonômicos. Estes nervos são os responsáveis por realizarem ações que não podemos controlar, tais como dilatação dos vasos e transpiração. Por este motivo, alguns pacientes com neuropatia diabética podem ter dificuldade em regular a temperatura dos pés, levando a uma sensação de pés frios ou de calor excessivo. Além disso, a redução de transpiração pode resultar em ressecamento dos pés.
Quais são os tipos de neuropatia diabética que podem acometer um pé diabético?
Existem vários tipos de neuropatia diabética que podem afetar os pés de uma pessoa com diabetes. Os principais tipos incluem:
Neuropatia periférica distal simétrica
A neuropatia periférica distal simétrica é o tipo mais comum de neuropatia diabética nos pés. É caracterizada por danos nos nervos periféricos das extremidades inferiores, afetando ambos os pés de forma simétrica. Os sintomas incluem formigamento, dormência, sensação de queimação, dor e diminuição da sensibilidade nos pés. Essa neuropatia pode levar à perda da sensibilidade protetora nos pés, aumentando o risco de lesões e úlceras.
Neuropatia autonômica
A neuropatia autonômica diabética afeta os nervos que controlam as funções autônomas do corpo, como a pressão arterial, a digestão e a transpiração. Nos pés, a neuropatia autonômica pode resultar em alterações na transpiração, temperatura e circulação, levando a pele extremamente seca e alterações na coloração da pele.
Neuropatia focal ou mononeuropatia
A neuropatia focal diabética é caracterizada por danos em um nervo específico, geralmente em um local particularizado, como o pé. Pode afetar os nervos dos pés, tornozelos e pernas.
Os sintomas dependem do nervo afetado e podem incluir fraqueza muscular, dor aguda, dificuldade em mover os dedos do pé e alterações na sensibilidade em áreas específicas.
Quais os sinais da neuropatia diabética?
Os achados mais comuns ao exame físico são a perda da sensibilidade, da vibração e da temperatura (principalmente frio). Para avaliar esses achados, existem equipamentos próprios para cada exame.
Como fazer o diagnóstico da neuropatia diabética?
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O diagnóstico é realizado através de uma consulta completa com um bom exame físico. Além disso, para confirmar o diagnóstico ou diferenciar de outras doenças, vários exames podem ser realizados, no entanto os mais comuns são exames laboratoriais e eletroneuromiografia.
Neuropatia diabética tem cura?
Não podemos falar em cura, e sim controle como a diabetes. O tratamento visa controlar a glicemia e o uso de medicamentos para controle dos sintomas.
O tratamento é realizado normalmente por neurologistas e endocrinologistas, e o ortopedista é o profissional que trata as consequências da doença, deformidades, infecções e necrose.
Caso deseje um profissional qualificado para te acompanhar no tratamento, agende uma consulta conosco:
Qual o tratamento da neuropatia diabética?
O tratamento da neuropatia visa o alívio dos sintomas, o controle da glicemia para reduzir a velocidade de progressão da neuropatia e a adequação dos calçados para evitar o surgimento de úlceras plantares.
Diversos medicamentos são descritos para o controle dos sintomas, sendo necessário uma avaliação e acompanhamento periódico por um médico com experiência no tratamento. Isto porque há uma quantidade enorme de medicações que podem ser utilizadas no tratamento da neuropatia diabética e estes medicamentos estão associados alguns efeitos colaterais.
O controle da glicemia também está associado ao controle da neuropatia, desta maneira, o uso de hipoglicemiantes, controle nutricional e a prática de atividade física colaboram com a melhora dos sintomas.
Além disso, quando observado a perda da sensibilidade protetora dos pés, é imprescindível adequar os calçados para prevenir o surgimento de úlceras diabéticas.