Pé Diabético tem Cura? Como Tratar da Forma Correta?

Talvez a pergunta que mais recebo no consultório é se o pé diabético tem cura. Para respondermos se o pé diabético tem cura, precisamos antes saber a definição de pé diabético.

A definição mais conhecida de pé diabético é a presença de qualquer lesão no pé de uma pessoa com diagnóstico de diabete melitus associado a algum grau de neuropatia diabética ou lesão arterial periférica.

Outra definição mais atual do pé diabético é do International Working Group on the Diabetic Foot (IWGDF) (https://iwgdfguidelines.org/). Para eles, a definição da síndrome do pé diabético é:

Pé diabético é um pé de um(a) paciente com diagnóstico de diabetes associado a uma ou mais das seguintes condições: Neuropatia diabética, doença arterial periférica, infecção, úlcera(s), artropatia de Charcot, gangrena ou amputação.

Agora que já sabemos a definição do que é pé diabético, podemos entender se pé diabético tem cura.

Caso você esteja com o quadro de pé diabético e ainda tem possui um médico de confiança para lhe acompanhar, agende agora através do botão abaixo uma consulta. O quadro pode trazer complicações graves e ter acompanhamento é indispensável.

Afinal, pé diabético tem cura?

Quando utilizamos a primeira definição, podemos falar que pé diabético tem cura sim, visto que ao cicatrizarmos uma ferida, a lesão não existirá mais, e então não poderemos mais denominar como pé diabético.

Por outro lado, pela IWGDF, basta termos algum grau de neuropatia diabética ou uma obstrução arterial das pernas e pés para já denominarmos o pé do paciente que convive com diabetes como pé diabético. Neste caso, não podemos falar em cura do pé diabético, visto que a neuropatia diabética e a obstrução da artéria não têm cura. No entanto, podemos falar em controle do pé diabético.

Bom, o pé diabético (tendo cura ou não), como tratar o pé diabético de forma correta?

O pé diabético é uma lesão que gera um grande impacto social, econômico e psicológico para o paciente com diabetes. Desta maneira, a maneira mais correta de tratamento é a prevenção.

Pense no painel de um carro: a quantidade de sensores que existem para nos avisar se há algo de errado com o motor, pneu, airbag, e dentre outros locais. Agora, pense em comprar um carro sem sensores. Isso faria com que tivéssemos que checar cada item do carro antes e após o seu uso.

A mesma coisa acontece com nosso corpo. Qualquer lesão, seja por queimadura, contusão, fraturas, lesões tendíneas geram DOR. A DOR é o sensor que nosso corpo possui para nos avisar que algo não está bem. E crescemos sentindo dor e acostumados a apenas nos preocupar com algo quando sentimos dor.

Agora, imagine se de maneira lenta e progressiva você comece a parar de sentir a dor. Isso faz com que, embora você tenha ciência do perigo que são as lesões dos pés, ao não sentir dor, demoramos para reconhecer essas feridas ou nos arriscamos sem perceber.

Desta maneira, a melhor maneira para tratar o pé diabético é prevenindo lesões. Leia mais sobre auto cuidados dos pés.

Complicações com pé diabético

Caso o paciente evolua com uma ferida no pé, a primeira coisa é não se desesperar. Imediatamente limpe a ferida, pode ser utilizado soro fisiológico, anti-sépticos à base de clorexidine ou PHMB, tire uma foto e envie para seu médico (caso já possua) e feche a ferida com uma gaze ou compressa limpa.

Caso tenha um médico que já te acompanha, siga as recomendações dele. Caso não tenha, o recomendado é procurar ajuda para o tratamento. Apenas uma avaliação por um médico saberá dar as recomendações certas.

No entanto, até conseguir passar por um médico e iniciar o acompanhamento, listei aqui algumas recomendações gerais de como tratar de forma correta sua lesão:

  • Não molhe a ferida no banho. Cubra durante o banho e após o banho troque o curativo por um seco;
  • Evite pomadas. Mantenha a ferida seca até seu médico avaliar;
  • Não pise com o pé com a ferida ou reduza a carga através de órteses, como por exemplo uma sandália augusta;
  • Não postergue a procura de ajuda médica.

Existe um tratamento específico?

Não existe um modelo único para o tratamento das lesões do pé diabético. Cada médico normalmente utiliza diretrizes de tratamento, como por exemplo as confecionadas pela IIWGDF (https://iwgdfguidelines.org/) associado a sua expertise.

Dr. Eduardo Pires é ortopedista especialista e mestre em cirurgia do pé e tornozelo pela USP, dedica sua carreira no tratamento e prevenção do pé diabético. Já ajudou dezenas de pacientes a evitar amputações nos pés e fecharem suas feridas.

Agende sua consulta ou teleconsulta e faça uma avaliação do seu pé.